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16 de novembro de 2021

Web Summit | 2021


Pelo 4° ano consecutivo tenho a honra de ser convidada para fazer a cobertura do Web Summit. O evento voltou a ter um sabor diferente, dado ser novamente presencial. Paddy Cosgrave pediu que nos cumprimentássemos, embora sem apertos de mão. Estar juntos depois de um ano de confinamento foi o que mais me marcou, embora considere que é ainda um work in progress. Os contactos habituais, por exemplo, entre os media durante o almoço, eram uma das experiências enriquecedoras que levei de outras edições. Este ano estávamos todos mais retraídos e apenas se viam alguns colegas de trabalho a trocar impressões. Estou certa que em 2022 o networking vai voltar a ser a palavra de ordem!


Os temas fortes da agenda foram, mais uma vez, a Privacidade nas redes sociais e as Fake News com Frances Haugen, a whistle-blower do momento, a fechar o palco principal no primeiro dia, perante um Meo Arena totalmente cheio. A sustentabilidade, foi outro dos pontos em destaque, sendo transversal a diversas áreas. A igualdade e inclusão tiveram igualmente grande relevância com a activista Ayo Tometi do movimento Black Lives Matter a salientar a importância desta organização e o sucesso que a mesma teve nas redes sociais. E, por falar em igualdade, esta edição teve pela primeira vez mais mulheres do que homens. O teletrabalho também voltou a estar em foco, até porque é uma realidade que em alguns casos veio para ficar e, por fim, a saúde mental, que é já referida como a nova pandemia.


Frances Haugen

A nossa forma de viajar mudou desde a pandemia, ainda não tendo voltado a ser o que era. Stephen Kaufer da Tripadvisor, falou sobre aquilo que antecipa que serão as viagens daqui a 10 anos. Antevê que no futuro teremos subscrições, semelhantes às da Netflix, que nos darão vantagens e experiências únicas, como óculos em 3 dimensões que irão permitir, por exemplo, escolher os restaurantes com base nas nossas preferências e até os pratos que mais se adequem aos nossos gostos.


A Saúde Mental, sendo outro dos temas prementes, foi abordada por Daniela Melchior, a portuguesa que se tornou uma estrela de um dia para o outro no Instagram, após ter participado no filme “The Suicide Squad”. Alertou para a importância de estarmos algumas horas offline sob pena de colapsarmos. Para se concentrar nas gravações do filme, optou por desactivar as notificações para se poder focar no papel e em si mesma, tendo começado sessões de mindfulness e a dormir nos intervalos dos takes.

Também no painel de Influencer Marketing 2022, Caspar Lee referiu que aderiu ao tricot como forma de terapia e a influencer Sarati Callahan defende que se deve desligar durante a noite, tendo horas de descanso como em qualquer trabalho normal. A questão é que com o teletrabalho deixou de haver horários, bem como as pessoas desabituaram-se do trabalho presencial, pelo que há que arranjar formas de as voltar a aliciar a regressar ao escritório. Algo que faça a diferença no relacionamento humano, como um almoço no parque, eventos motivacionais, entretenimento, entre outras coisas.


O palco Modum, moderado pela portuguesa Susana Chaves, que tenho o prazer de conhecer há alguns anos, é já um dos meus preferidos. Aqui os temas em destaque vão da área de beleza às marcas de culto, sustentabilidade, compras online até ao futuro da moda na grande distribuição. Esta ronda de conversas teve início com Sebastien Koop, da Veja, que falou do sucesso da marca, que nunca recorreu a nenhum tipo de publicidade e da importância de pagar um preço justo aos produtores e de trabalhar com materiais de alta qualidade. Katia Walsh, da Levis, reafirma que não obstante as pessoas comprarem cada vez mais online e terem a possibilidade de customizar as suas peças, estão a abrir mais lojas do que nunca. O mercado de segunda mão também cresceu imenso desde a pandemia, e anda de mãos dadas com a sustentabilidade. Depois do confinamento começámos a dar mais valor ao que temos e ao que já não queremos, a ter uma maior preocupação com o ambiente, até porque estão directamente ligadas. O vírus afectou todas as classes sociais e consequentemente a sua forma de fazer compras, sobretudo os millennials, que são quem tem maior apetência por esta forma de consumir, penalizando mesmo as marcas que não se preocupam em reciclar as suas peças ou que não tem um espaço para vendas em segunda mão, tal como afirma Antony Marino da ThredUP.


Cecilie Thorsmark, responsável pela Fashion Week de Copenhaga, e Serge Carreira, da Fédération de la Haute Couture, destacaram a importância da democratização da moda. Durante a pandemia, o Youtube criou um canal em que qualquer pessoa podia assistir em primeira mão aos desfiles da semana de moda da capital dinamarquesa. Do outro lado da balança está a questão da sustentabilidade na moda, perante a pergunta Cecilie responde: “there isn´t such thing as a sustainable fashion week, we chose to reduce our footprint and motivate brands to reduce their supply chain, but we can all do better”. É também uma responsabilidade do consumidor individual, comprar menos e melhor, esta é aliás a premissa que quase todos os oradores defendem, afinal a responsabilidade de parar o consumo desenfreado e o fast fashion está também do nosso lado e temos de assumir esse compromisso!


Outro dos pontos altos do Web Summit foi ter conhecido de tão perto Nikolaj Coster Waldau (Jamie Lannister do Game of Thrones), um dos meus actores de eleição, e embaixador das Nações Unidas para o Desenvolvimento, numa press conference. O actor veio falar do filme feito pela ONU em que um dinossauro deixa a mensagem “não escolham a extinção” . Nikolaj referiu que a ideia era fazer algo que alcançasse um grande número de pessoas, que as fizesse rir, mas que também transmitisse a mensagem de urgência do combate às alterações climáticas. “Cada cenário mais pessimista é pior do que o último e Isto está a acelerar”, disse Nikolaj. O actor apelou igualmente a que todos se juntem nesta luta. “Cada um de nós é  inteligente. Todos juntos somos ainda mais inteligentes”, afirmou.


Para finalizar esta edição, encontrei-me com a Susana Chaves,  para fazer um balanço do evento. Foi de forma muito optimista que voltou a ser mais uma vez Mestre de Cerimónias do palco Modum, afirmando que “foi uma maravilha poder estar presente e voltar a ver as pessoas frente a frente apesar das máscaras”, considerando que “há uma alegria muito maior nestes reencontros”. Destacou também a importância de ter conhecido algumas pessoas interessantes, sendo esta uma das partes enriquecedoras deste evento. Referiu que um dos aspectos mais difíceis é conseguirmos gerir a agenda para estar em vários lugares ao mesmo tempo, “é intenso, mas o saldo final é sempre muito positivo e saí muito contente!” 


Aproveitei para lhe perguntar também o que é mudou no panorama da beleza após a pandemia. A Susana considera que ganhámos a consciência do que é importante na nossa vida e do que é que tem prioridade, e a beleza não tem só a ver com ficarmos melhor, mas com nos olharmos ao espelho e nos sentirmos bem. Nestes últimos 2 anos, não só nos olhámos ao espelho, como nos confrontámos com a nossa imagem frente a um ecrã, apercebendo-nos de aspectos de que não tínhamos consciência. Por esse motivo, a medicina estética cresceu imenso neste período. As pessoas perceberam que podem ficar melhor com um ar mais descansado e que mesmo estando em casa é essencial cuidar da pele, desde logo pela luz azul irradiada pelos laptops e outros equipamentos e os seus malefícios, chamando a atenção para a importância da protecção solar, tanto dentro como fora de casa. Priorizar o que é importante na nossa vida e estarmos e sentirmo-nos bem é uma prioridade. A Susana é também responsável pelo Projecto de beleza Miranda by Sapo, em que defende que a beleza deve ser acessível e próxima de todos. É assim, em beleza que nos despedimos desta edição!


See U in 2022 Web Summit!


Vejam aqui os artigos de 2018, 2019 e 2020 e o separador deste ano nos destaques do stories no Instagram do Breakfast_Tiffanys_blog.

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