A convite do Palácio Duques de Cadaval estive presente na inauguração de uma mostra de arte e aproveitei para fazer uma visita privada à "YSL Marrakech Opened My Eyes to Color" que está patente até 30 de Outubro.
Jardin Majorelle 1985
Dividida em 3 capítulos, esta exposição revela a paixão de Yves Saint Laurent pela cidade de Marraquexe e pela sua cultura. LOVE combina Moda e Artes Plásticas, numa explosão de cores e formas. “Descobrir Marraquexe foi um grande choque. Esta cidade abriu-me os olhos para a cor”, afirmou o criador francês após a sua primeira viagem em 1966.
Postal de Hicham Berrada, que tinha em comum com YSL a paixão pela serpente.
Um dos momentos desta mostra, com curadoria da crítica de arte Mouna Mekouar, apresenta trabalhos de 13 artistas marroquinos de diferentes gerações e disciplinas, cuja obra é influenciada pela visão criativa de Yves Saint Laurent, especialmente pelo seu uso ousado da cor e do espaço. O ponto de partida para a exibição são os famosos pósteres Yves Saint Laurent, que o criador enviou, durante 27 anos, em forma de cartões de boas festas por altura do Natal. Usando novas paletas de cores, colagens, desenhos e guaches, tendo sempre como mote a palavra LOVE, os postais eram inspirados em Marrocos.
Este belíssimo trabalho de Sara Ouhaddou combina a manipulação do vidro e a experimentação com um alfabeto pessoal influenciado pela arte berbere, cuja abstração geométrica inspirou a artista. Fazendo uso de uma panóplia de motivos e cores, conta a historia e a evolução dos vitrais nas casas marroquinas, um fascínio que partilha de resto com o criador YSL, que foi beber muito do seu trabalho às artes decorativas de Marrocos, nomeadamente destes.
Estas duas esculturas metálicas, pintadas em forma de palmeira, foram concebidas por Yto Barrada com alguns arranhões e falta de lâmpadas propositadamente para terem este aspecto. As suas cores correspondem às dos táxis em algumas cidades marroquinas. A palmeira tornou-se uma imagem importante na obra recente da artista, sendo um icónico símbolo local.
Com curadoria de Alexandra de Cadaval, este capítulo apresenta o trabalho de Noureddine Amir, o primeiro designer de moda marroquino a exibir uma coleção de Alta Costura em Paris, a convite da Fédération de la Haute Couture, em julho de 2018. Os seus vestidos escultóricos desfazem a fronteira entre moda, arte e arquitectura, sendo único na forma como domina materiais para responder às suas próprias e complexas exigências, revisitando e reimaginando elementos naturais e primordiais como a juta, a ráfia, a lã, e o algodão.
Musselina de seda aparada com tubos de seda e fios metálicos, uma verdadeira obra de arte.
Uma forma original de utilizar a serapilheira (juta) bordada.
Stephen Janson, é o curador da exposição que a a Igreja de São João Evangelista, Palácio Duques de Cadaval, acolhe e que lança um olhar sob a forma como a cor foi preponderante ao longo de toda a carreira de YSL navegando entre os clássicos, do bege ao azul-marinho, passando pelos pretos e vermelhos. Contudo, foi depois da sua primeira visita a Marraquexe, em 1966, que se deu uma transformação cromática que teve origem na malha humana, na luz da cidade. Stephen Janson sublinha que após essa viagem, a forma de colorir de YSL nunca mais foi a mesma. O impacto desta descoberta no trabalho de YSL é evidenciado num conjunto de 14 looks — provenientes da Fondation Pierre Bergé-Yves Saint Laurent e de colecções privadas — cuidadosamente seleccionados e expostos.
As peças, de grande beleza, são muitas delas bordadas a ouro, e ainda extremamente actuais!
A qualidade dos materiais é igualmente indiscutível, sendo predominantes a seda, o veludo e a lã.
Se passarem por Évora não deixem de visitar, de terça a domingo, das 10h00 às 18h00 e até ao final do mês de Outubro.
Com a simpática anfitriã, Diana de Cadaval e o André.
Este look já tinha usado no restaurante Girafe em Paris mas achei que se adequava igualmente a um cocktail.
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