![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcyYLbaCsIkH9iXOPX0kvpN57G6S4bU6d39R6lzdP6f0LUwFhdxcR_zNE79Kf7_0wgJgmduJzDHV-O0ArS4TFiucoLLJIjaiZMRwGRpNUH2Zq6ZqC73nxFps6QhUcb4P3LdfOLWODJvVqg/s640/DSC_2627.jpg)
“Branco é acima de tudo sobre encontros, sem preconceitos, sobre a realidade, a vida normal sem deuses ou super-heróis”. É assim, sem filtros, que Cristina Branco apresenta o seu novo álbum.
Conhecemos-nos no lanche de celebração do 8º aniversário do Breakfast@Tiffany's e ficou a curiosidade de saber mais sobre a sua carreira e este novo projecto. Marcámos encontro no bonito Teatro Tivoli em Lisboa, local onde dia 15 de Maio interpretará as novas músicas bem como revisitará outros trabalhos. Eu não vou perder!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2VeM7_6mili2CubsQjszPmfpHX4YZ_ilNjFP0pHXkFKlS8SL70ALsVTyds7lOIHnuwVVnnTsHbTTn5kHoy7D-YmT_3I_KySh1bihNcQ8w8szYbtSdj6ireLlVLbx6m4ZfarmasVWDnNBY/s640/DSC_2631.jpg)
“Branco” retrata uma mulher à procura de redescobrir-se, em busca de um novo começo?
Branco é acima de tudo sobre encontros, sem preconceitos, sobre a realidade, a vida normal sem deuses ou super-heróis. Gosto de pensar neste disco assim. Não estou a começar, estou a fazer o caminho e, esse, às vezes, parece-se sim um início, tal é a semelhança com a origem das coisas, da vida como ela é.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihbS-OBWoYRy31ezUFmWm8bhb2ZcBRROykXqQ3XltzbBXBG6haamZJBe64lGbal3ZoPUdiF7Zp2m2a5DwcQ4rXRtS8t51isGInVMPyg-lh6aYcLeK1dIWZf8ghl_BksRz5Q-H5f-XrNnKD/s640/DSC_2613+Consegues+tirar+os+reflexos+do+cd.jpg)
Falaste-me que em “Branco” apareces despida de preconceitos, na tua essência. Achas que as pessoas com o fenómeno das redes sociais são, ou vivem, um artifício?
As redes são uma montra, uma montra gigantesca que te oferece a possibilidade de te transformares no que quiseres, permite-te esconderes-te mostrando-te. Eu quero dizer apenas que não quero neste momento “esconder-me” atrás de uma produção cintilante, se aquilo que estou a tentar dizer é que eu e a minha música não temos filtros e que quero que as pessoas se identifiquem com este novo-normal, com esta diversidade. Somos todos muito diferentes sendo irremediavelmente iguais uns aos outros, tenhamos noção disto. Não é mau ser diferente ou gostar de todas as cores...ou só do amarelo!
Em 2000 deste 130 concertos em todo o mundo. Tens a Holanda como segunda casa. Sentes que tens mais reconhecimento no estrangeiro do que em Portugal?
Já não é assim. Depois de ter tido filhos a agenda ganhou juízo! Fico grata por saber que as pessoas entendem o que eu quero dizer através da música e por isso me procuram seja onde for e nunca senti esse estigma. Quero simplesmente sentir aquilo que sinto hoje, que é a emoção de aos 45 anos ainda “dizer” coisas que cativam o outro, ainda faço sentido, o meu discurso musical ainda tem destreza intelectual para chegar ao outro, seja cá seja lá.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm8MgLeIgkdP1yQyIffuy5I8YPFuCme2XDq8H8xHmw5Yz0IKpHdxTC2uQEKhDjENxPj3eUW0fI4cV5ydDiFsa5gm_Z8MqOL3wEDy4HGgpNh15jKwuX4hidpIBh0YoWeF6UfR1uTstD403L/s640/DSC_2665+tirar+brilho+da+testa+%25281%2529.jpg)
Apesar de neste álbum não cantares fado, o sentimento de nostalgia que lhe é inerente, bem como a guitarra portuguesa estão presentes. Qual a importância do fado na tua vida?
Ui, o fado é muito importante mesmo que fique na prateleira quieto à espera que eu regresse de outro voo. O fado chegou lenta e progressivamente e abre mundo atrás de mundo, só tive que deixar que se instalasse em mim, mais nada. Fado é uma lição mesmo, ensina a cantar, a sentir, a respirar. Foi muito importante.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirJ2m6hyO_GGZ2lA_uuAwUYr6742jTDl_MHgrHxtpBumhRRmX_st1dBnZGfT1V5RzcEq04r6snnTGp0CvU9Az_WtCZJKMd3c4dWv8HLS-lRMF9fJTc_PXc1ghA30gx1AIOuvOARH9gKdaL/s640/DSC_2635+endireitar.jpg)
Que sonoridades destacas no teu disco?
É difícil de classificar. Digo-te apenas que eu e o Bernardo Couto vimos do fado e o Bernardo Moreira e o Luís Figueiredo são do Jazz, isso e o rock, o indie que vem dos compositores. Sei que o meu som tem que ser nítido, tem que ter silêncio para poder “gritar” a verdade cá para fora, tem um jeito de cantar despojado.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWaPC87P1sluHtBmz8-1qhY0UzD4Jiq9xLr8qP5feq7D95tfAWZbPWwAP1k0SCxTnIA0VIhYJ6k40pgRSpVgPqG7hjtQ-sNcYzhknPU1Et9Y5I-nUL07DrnNxiiMTh_2cmCYcxmDqsaB4M/s640/DSC_2646.jpg)
Em Branco tens 12 autores, um para cada canção, no entanto resulta numa perfeita harmonia. A que achas que se deve este resultado?
Sinto que foi o momento, o tal novo-normal, convergente e silencioso que fez a sua obra.
Qual a influência de Sérgio Godinho no teu trabalho?
Ouvi muito muito antes de imaginar sequer ser cantora, tenho horas de audição das suas músicas, de tomar-lhe o pulso, a toada e isso deixou rasto através do tempo, o gosto por observar a realidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA5wSu65vIt9BoKO5JZQKH19RW71U64Dw62bX-NJwmQeOiQp7SDsaZx3ggXrl5QFLAgwGeikieGSD14ecmPIYxF8uUTbaEL-X4tBS6W-e2njwVDpxwrPsMhacepqrqhFEPGY0AO_cNaGDR/s640/DSC_2667.jpg)
Como foi trabalhar com um grupo de músicos e autores mais jovens?
É trabalhar com autores que têm a sede de dar, de mostrar o seu melhor porque a vida está a um passo de lhes acontecer! São curiosos e inventam-se a cada passo e sem preconceito pelo outro, pela diversidade, pelo feminino ou que género for e isso é novo, é de hoje, de agora e era isso que eu procurava!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY_01RgEzaZTb6bh973on_FmUG_1kPXevWi0JPMu3FvBjZjeGVmvwO04BL_YaQcLpHGdDGM2jnhyphenhyphenoEBa0ik506z2sVmkR6r-PrDcN7Ipd6s7-3l5hPAPvB88HpwdWtxJaUKNP_guFab58q/s640/DSC_2676.jpg)
Quem são as tuas referências musicais?
Já mencionaste o Sérgio, mas a Amália Rodrigues foi quem espoletou o meu querer ser cantora, depois tens o Chico Buarque, o Brel, a Ella Fitzgerald e a Billie Holiday, o Zeca...Na verdade é uma longa lista, mas nada supera Amália, foi ela que me fez ir em frente, sem querer e sem saber deixou-me “radiografá-la”, entrar em si e acreditar naquela voz como uma prece, um mantra.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDty5cTVulY9YKQYvk03ucEnFYM5bgVj-mUxp58ZusVKIac-JaqG9yCfHV8_ELSuvd9ooPPZsjz_TpMgmvHopAj1kS7RiACNE_MufWGNEwuVFEtZqMrktn7vyn1RFZpSrI-A18g-UmuNxB/s640/DSC_2668.jpg)
Que podemos esperar da tua digressão? Vais revisitar trabalhos prévios?
É um concerto muito orgânico, onde a luz faz uma dança conceptual que liga os videoclips, a capa do disco e a música. Os instrumentos não são apenas os convencionais, há mais para além deles. Tenho encontro marcado com outras músicas do meu passado porque acredito que só se constrói para o futuro se soubermos acreditar no passado e perceber como ele resiste e ultrapassa a marca do tempo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS8nu5sD2A5nUpdOrVsk-kmfZvqhstJlSXSGXLKCeGxDwaQc9bI94GHyYrrzJyyl4PUNT_UYx7kj5DYYUxS7DmBE1AyJ7RnlBrywm6kyeed2ki0DPY8MNFbyHOq5H0A1iCmfb1UXZqeYSZ/s640/DSC_2664.jpg)
Cristina vais ser júri do Festival da Canção. Como vês os novos talentos no panorama nacional?
Com muito bons olhos, penso em mim naquela idade e de como o mundo estava todo por me acontecer e no que isso traz de grandioso a quem tem uma página em branco e uma vontade férrea de ser, sem filtros.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi_utKKYg0_n_YcYnB6q4_62RoKHRjJ5sn9wT5w1la97Pya3Z_rcLrtK1ZuTKmCS8hvS2vlZRW5ph4CZs_ty1jZwHf2k4ry8MS4LKgh2QCkYGmSfLjuQxjG-NvfiAwmAWHtShgmXrtSqyS/s640/DSC_2670+tirar+brilho+da+testa.jpg)
Como te defines como mulher?
Sou maternal, pragmática, exigente, mas também choro muito e tenho muitas dúvidas e uma autoestima muito pequeniiiiiiiina às vezes, adoro rir-me das minhas fragilidades, adoro rir.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3tzfbCOR-WCdmEbRuhvjO0_-lA_1NqQ_2PU0x-rCpmnUOsK90fQov3CIYEIabBLaNueN3TtNMQ07yU1CANTlymCDawpa6SSxlGxTQ4UGV4FCRosLQXzB_VUYGPkIXH58gssspcWdlA7JF/s640/DSC_2625.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8uEuWRQjV9y8lNX4F834NjzLERjP7ebA8sTKP5siuCuDq7vfL6kt5p4A0c_mw7_MhPGGXQrvpab1sEOilAY6fa0EghaS1258zMBD5fSf2OIDKrtSF_cPIoGYwGVbbAC6PavUInYDMkp7E/s640/DSC_2592+%25281%2529.jpg)
Look
Green velvet dress Zara | Ankle Boots Rockport | Jewels Oro Vivo
Gostei muito da entrevista!
ResponderEliminarSinceramente não conheço bem o trabalho da Cristina Branco, mas agora fiquei cheia de curiosidade ☺
Obrigada pela partilha!
Beijinho
Carla
Vale muito a pena conhecer Carla!
EliminarUm grande beijinho