Há muito tempo que sigo o blog do José Cabral e já lhe tinha lançado o repto para esta entrevista há alguns meses. No entanto e dado que o Zé passa a maior parte do tempo a viajar só agora conseguimos encaixar a agenda do "Alfaiate Lisboeta" com a minha num final de tarde com Lisboa como pano de fundo. Valeu bem a pena a espera, o primeiro homem que entrevisto para o "Breakfast@Tiffany's" é um esteta por natureza mas acima de tudo uma inspiração para todos nós.
José qual era a tua profissão antes de te tornares o “Alfaiate Lisboeta”? Como foi a transição para a tua verdadeira paixão?
Era bancário. Foi uma transição muito progressiva. Uma transição que depende essencialmente do conforto que sentes enquanto autor de uma determinada publicação e, obviamente, do feedback que ela vai gerando.
A minha primeira colaboração na imprensa começou em Setembro de 2010 no Jornal Metro. O Metro tinha uma coluna diária de street style e achou que fazia sentido que fosse eu a assiná-la. Gostavam da natureza internacional do Alfaiate Lisboeta e, simultaneamente, da sua identidade portuguesa.
O que consideras ser o Factor X para teres vontade de fotografar alguém?
É qualquer coisa que não consigo verbalizar. Ou pelo menos não o consigo fazer de uma forma inequívoca e inteligível. No fundo eu fotografo pessoas que me despertam a atenção. Porque é que me despertam a atenção? Não é fácil explicar porque estamos a debater essencialmente, mais que qualquer paradigma estética, o meu gosto pessoal. E esse gosto é sensível a um sem número de correntes estéticas. E dentro duma mesma corrente haverá, seguramente, coisas que me agradarão muito e outras nem tanto.
É qualquer coisa que não consigo verbalizar. Ou pelo menos não o consigo fazer de uma forma inequívoca e inteligível. No fundo eu fotografo pessoas que me despertam a atenção. Porque é que me despertam a atenção? Não é fácil explicar porque estamos a debater essencialmente, mais que qualquer paradigma estética, o meu gosto pessoal. E esse gosto é sensível a um sem número de correntes estéticas. E dentro duma mesma corrente haverá, seguramente, coisas que me agradarão muito e outras nem tanto.
De que forma abordas um desconhecido/desconhecida na rua para lhe tirares uma foto? Como reagem as pessoas?
Como fazes para perguntar as horas a alguém? Perguntas se te pode dizer as horas, não é? Então pronto... quando lhe queres tirar uma fotografia a lógica é precisamente a mesma (risos). A única diferença é que no primeiro caso não acho que mereça a pena apresentar-me.
Alguma reacção mais cómica ou exaltada de que te recordes?
Há reacções engraçadas. Em particular das pessoas que ficam muito surpreendidas por alguém as querer fotografar.
Como fazes para perguntar as horas a alguém? Perguntas se te pode dizer as horas, não é? Então pronto... quando lhe queres tirar uma fotografia a lógica é precisamente a mesma (risos). A única diferença é que no primeiro caso não acho que mereça a pena apresentar-me.
Alguma reacção mais cómica ou exaltada de que te recordes?
Há reacções engraçadas. Em particular das pessoas que ficam muito surpreendidas por alguém as querer fotografar.
És um bloguer cada vez mais “na moda”. A moda é uma paixão para ti ou o que te apaixona é a individualidade de cada um?
Estão-me sempre a impingir paixões (risos). A moda, a fotografia... Sinceramente, não sei bem. Interesso-me por moda (essencialmente por estilo), por fotografia (essencialmente por retratos) e acho que, muito sinceramente, me interesso muito pelas pessoas em geral. Se calhar pela tal individualidade de que falas.
Existe uma relação directa entre a moda e o estilo ou tens outra forma de adjectivar o teu trabalho?
Acho que sim. Há uma relação muito próxima entre as duas e o meu trabalho, numa certa perspectiva, é a partilha disso mesmo.
Estão-me sempre a impingir paixões (risos). A moda, a fotografia... Sinceramente, não sei bem. Interesso-me por moda (essencialmente por estilo), por fotografia (essencialmente por retratos) e acho que, muito sinceramente, me interesso muito pelas pessoas em geral. Se calhar pela tal individualidade de que falas.
Existe uma relação directa entre a moda e o estilo ou tens outra forma de adjectivar o teu trabalho?
Acho que sim. Há uma relação muito próxima entre as duas e o meu trabalho, numa certa perspectiva, é a partilha disso mesmo.
Tens feito alguns projectos como Embaixador da Cidade de Lisboa. Quais os que destacarias? O que consideras que distingue Lisboa das demais capitais europeias?
Assinar a campanha Lisboa somos nós onde, conteúdos daquilo que é tão simplesmente o meu blogue pessoal, representavam e promoviam a cidade de Lisboa é – sem sombra de dúvidas – o meu momento profissional mais especial. Lisboa é uma cidade incrível. Tem uma património arquitectónico, humano e paisagístico singular. Promovê-la é uma honra.
Viajas alguma vez apenas com o objectivo de fotografar? O que te encanta numa cidade?
Não faço nada em particular por causa do blogue – não viajo para um determinado sítio especificamente com o intuito de fotografar – mas, por outro lado, diria que, de alguma forma, tenho o blogue presente no momento em que tomo o mais diferente tipo de decisões.
Onde encontraste pessoas com mais estilo?
Milão é uma cidade muito peculiar orque a moda e o estilo fazem parte da própria identidade cultural de grande parte da população. Nova Iorque, por outro lado, é uma cidade onde existe, por assim dizer, uma grande liberdade de costumes. As pessoas fazem aquilo que entendem sem terem grandes preocupações sobre aquilo que os outros vão achar ou pensar. A forma como nos vestimos é, no fundo, uma forma específica de nos comportarmos e, como tal, diria que ali as pessoas se sentem completamente à vontade para fazer e vestir aquilo que realmente mais lhe apetece (sem constrangimentos que, muito provavelmente, estariam presentes noutra cidade qualquer).
Não faço nada em particular por causa do blogue – não viajo para um determinado sítio especificamente com o intuito de fotografar – mas, por outro lado, diria que, de alguma forma, tenho o blogue presente no momento em que tomo o mais diferente tipo de decisões.
Onde encontraste pessoas com mais estilo?
Milão é uma cidade muito peculiar orque a moda e o estilo fazem parte da própria identidade cultural de grande parte da população. Nova Iorque, por outro lado, é uma cidade onde existe, por assim dizer, uma grande liberdade de costumes. As pessoas fazem aquilo que entendem sem terem grandes preocupações sobre aquilo que os outros vão achar ou pensar. A forma como nos vestimos é, no fundo, uma forma específica de nos comportarmos e, como tal, diria que ali as pessoas se sentem completamente à vontade para fazer e vestir aquilo que realmente mais lhe apetece (sem constrangimentos que, muito provavelmente, estariam presentes noutra cidade qualquer).
Quais as tuas cidades de eleição?
Lisboa e Madrid. As afinidades culturais não são balelas dos manuais de Sociologia. Elas existem e isso nota-se, por exemplo, no sul da Europa ou na Península Ibérica em particular. Londres e Nova Iorque são incríveis pelo ambiente cosmopolita que nos proporcionam.
O teu trabalho chega cada vez a mais países e estiveste presente numa exposição onde participaram também Ellen von Unwerth e Victor Demarchelier. Qual a importância deste tipo de desafios na tua carreira?
É bom saber que o nosso trabalho não é valorizado apenas em Portugal. O reconhecimento internacional é importante. Ainda mais quando não somos provenientes de cidades como uma relação óbvia, reconhecida e mediática com a moda como é o caso de Paris, Milão, Londres o Nova Iorque.
Lisboa e Madrid. As afinidades culturais não são balelas dos manuais de Sociologia. Elas existem e isso nota-se, por exemplo, no sul da Europa ou na Península Ibérica em particular. Londres e Nova Iorque são incríveis pelo ambiente cosmopolita que nos proporcionam.
O teu trabalho chega cada vez a mais países e estiveste presente numa exposição onde participaram também Ellen von Unwerth e Victor Demarchelier. Qual a importância deste tipo de desafios na tua carreira?
É bom saber que o nosso trabalho não é valorizado apenas em Portugal. O reconhecimento internacional é importante. Ainda mais quando não somos provenientes de cidades como uma relação óbvia, reconhecida e mediática com a moda como é o caso de Paris, Milão, Londres o Nova Iorque.
Foste distinguido com o Fashion TV Award para a Comunicação Digital. Consideras que em Portugal esta área está a ser bem explorada?
Considero que é, progressivamente, mais e melhor explorada.
Quais são os blogues nacionais e internacionais que segues?
Isto poderá parecer um contra-senso mas, como já despendo tanto tempo na net por causa da minha actividade, acabo por não seguir nenhuma publicação em particular. Vou visitando e revisitando periodicamente páginas que me cativam.
Quais os fotógrafos que mais admiras?
Vou referir o Bill Cunningham porque o trabalho dele influenciou e muito toda a fotografia de rua e o Scott Schuman porque o The Sartorialist é um blogue incontornável nesta dinâmica de moda e internet.
Recentemente publicaste um livro. Tens outros projectos em vista?
Tenho muitas coisas na cabeça e algumas em vista.
Vou referir o Bill Cunningham porque o trabalho dele influenciou e muito toda a fotografia de rua e o Scott Schuman porque o The Sartorialist é um blogue incontornável nesta dinâmica de moda e internet.
Recentemente publicaste um livro. Tens outros projectos em vista?
Tenho muitas coisas na cabeça e algumas em vista.
E para finalizar, um desejo para 2013?
A concretização dum projecto de solidariedade social assinado pelo Alfaiate Lisboeta.
Gostei.
ResponderEliminarhomem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
Uma excelente e reveladora entrevista. Congrats!
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