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11 de novembro de 2010

"A Verdade da Crise" - A tragédia que ninguém quis evitar

 
 
O documentário "A Verdade da Crise", que estreia hoje nas salas nacionais, começa na Islândia, o suposto modelo de estabilidade económica, até o Governo ter desregulado a indústria financeira. Seguiu-se a desgraça. 

Mas ninguém nos Estados Unidos prestou muita atenção e tirou daí ilações. Em vez disso, deixaram que prosseguisse a vaga de desregulação que já vinha desde a era Ronald Reagan. 

Da Islândia passamos para os tempos da pós-Grande Depressão, com a regulação financeira a coincidir com um contínuo período de crescimento. 

Depois saltamos até 2008, após o boom do mercado imobiliário, que deixou a economia devastada. Muitos sentiram de imediato os seus efeitos, perdendo as suas casas, outros foram afectados de forma indirecta, como os chineses empregados pelos Estados Unidos para fabricar muitos dos seus produtos.

Más decisões e pura ganância

O filme mostra que as companhias de seguros e o Governo norte-americano tiveram responsabilidades no desastre, seja por más decisões ou por pura ganância. 

Raghuram Rajan economista do FMI foi um dos que alertou que os riscos que estavam excessivos e que o sistema estava demasiado instável para que pudesse continuar a suster-se. A implosão era inevitável e a arrogância dos responsáveis em admitir as culpas ou os erros crassos são exasperantes. 

A locução é do actor Matt Damon, a condução das entrevistas é do próprio realizador, que falou com economistas, políticos e responsáveis das grandes instituições financeiras.

Restaurar a honestidade do sistema

Como era espectável, alguns escusaram-se a prestar declarações. Mas o mais chocante é o modo como falam alguns dos que claramente tiveram responsabilidades pelo sucedido e que não foram punidos pelas suas acções.

Charles Fergusson, o realizador que em 2007 levou a cabo o documentário "No End in Sight" sobre a ocupação americana do Iraque, procura agora com "A Verdade da Crise" traçar o itinerário da desgraça do sistema financeiro. 

"Espero que o filme, em menos de dois anos, permita que toda a gente perceba a natureza e as causas do problema. É também minha esperança que, quaisquer que sejam as opiniões que os espectadores possam ter, depois de verem o filme possamos todos concordar na importância de restaurar a honestidade e estabilidade do nosso sistema financeiro, e em pedir responsabilidade aos que o destruíram".
* Fonte Expresso online


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