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6 de junho de 2010

Considerações sobre o Sexo e a Cidade2

 

Depois de tanto ouvir falar, mal, sobre o Sexo e a Cidade2 confesso que estava à espera de ficar bastante desapontada. Na verdade fiquei sim mas com o guarda-roupa, que há partida é um dos must deste género de filme. 

Quanto ao argumento suponho que ninguém estivesse à espera de uma obra prima, mas também há quem goste de falar mal só porque sim. Eu gostei, gostei sobretudo da forma como são abordadas as relações, não só entre as quatro amigas, mas sobretudo as relações amorosas, a temática dos filhos, etc.

Descobrir que ao fim de dois anos de casamento, e por mais que exista amor e que até tenhamos casado com o nosso príncipe encantado e estejamos a viver num apartamento lindo e com um closet de sonho, a rotina acaba por se instalar e há que lutar com todas as nossas armas para salvar o amor e a relação.

A verdade é que nós mulheres somos umas chatas e nunca estamos satisfeitas. A verdade é que somos mesquinhas e picuinhas e se o sofá nos custou cerca de 4000,00€, não gostamos propriamente que o nosso amor lá coloque os pés sem tirar os sapatos. A verdade é que por mais que exista paixão ao fim de algum tempo é inevitável que a  "chama" se torne mais fraca e até se passe mais tempo a ver televisão no quarto do que a fazer sexo. Estranho neste caso é ser ele a ter optado por comprar a televisão.

Outras das questões focadas, e que será certamente chocante para a maioria das pessoas, é um casal optar por não ter filhos. Como se isso fosse algo verdadeiramente anti-natura, como se o "Me and you, just us two" fosse uma espécie de aberração da natureza. 

Também é aparentemente chocante um casal precisar de espaço e tempo para estar só para depois dar mais valor a estar junto? Acho que no que toca a casamento e à complexidade das relações cada um deve ser livre de criar as suas próprias regras.

No caso da Charlotte que apesar de  sempre ter sonhando ser mãe, ao confrontar-se com o dia-a-dia com duas crianças pequenas, em que uma simplesmente não para de chorar é natural que fique deprimida e cansada. Isso não a torna pior mãe, nem menos mulher por necessitar de algum tempo e espaço só para si própria.

E a condição das mulheres que vivem no Médio Oriente sem qualquer liberdade e subjugadas ao homem, não está também bem ilustrada neste filme? Já para não falar da discriminação de que as mulheres são alvo no mercado de trabalho, e neste caso estamos a falar do Ocidente, mais concretamente do país mais desenvolvido do mundo. Os Estados Unidos da América!

Claro que tal como na série ou no Sexo e a Cidade1 o Product Placement tem um grande peso, mas isso é afinal só mais uma das regras da sociedade de consumo em que vivemos e  como marketeer entendo perfeitamente e julgo que funciona muito melhor hoje em dia que a publicidade tradicional.

Só não entendo a escolha de algumas peças de guarda-roupa. Onde é que a Patrícia Field estava com a cabeça? apesar de estarem numa viagem exótica existem outfits que são de mau gosto em qualquer parte do mundo!


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