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24 de março de 2010

Pepsi ainda mais light


Pepsi, 7UP, batatas fritas Lay's e Doritos. Dentro de dez anos estes produtos vão ter menos 25% de açúcar ou sal na composição nutricional e um corte de 15% nas gorduras saturadas. Pelo menos é este o compromisso assumido pelo grupo norte-americano PepsiCo, a segunda maior empresa de alimentação e bebidas do mundo, que espera aumentar as vendas anuais de 10 para 30 mil milhões de dólares com esta alteração.

Com a iniciativa, a PepsiCo, segue o exemplo dos concorrentes Con-Agra Foods, Kraft e Campbell Soup, que decidiram agir por iniciativa própria face à ameaça das autoridades de saúde norte-americanas de criar um novo imposto para financiar os custos de saúde associados à obesidade.

"É sem dúvida uma resposta à pressão social e política, mas não é suficiente", aponta ao i a endocrinologista Isabel do Carmo. "Cortar 2% de açúcar por ano numa década é pouco. Como não querem uma alteração de sabor muito repentina nos produtos, há uma geração inteira que vai apanhar uma redução muito pequena de açúcar", critica a especialista em nutrição e coordenadora do livro "Obesidade em Portugal e no Mundo".

Além do compromisso em aumentar os produtos à base de grãos, frutas, vegetais e sementes no portfólio, a dona da Quaker vai deixar de vender bebidas açucaradas nas escolas primárias e secundárias de todo o mundo até 2012. O maior rival da Pepsi, a gigante Cola-Cola, já tinha anunciado a mesma medida.

"As indústrias entenderam que têm de auto-regular-se antes que os governos o façam. Tentam antecipar medidas drásticas", considera Nuno Borges, professor na Faculdade de Ciências e Nutrição da Universidade do Porto, que aponta, como outro exemplo, a introdução de ementas mais saudáveis na cadeia de fast-food McDonalds. O docente assinala o corte de 25% do sal dos produtos como a melhor medida da empresa que afirma vender 23 embalagens Matutano por hora em Portugal. "Os acidentes cardiovasculares cerebrais, ligados à pressão arterial, são a principal causa de morte no país. E 25% é um corte significativo".

Para reduzir os níveis de gorduras saturadas nas batatas fritas, a multinacional vai substituir o óleo de palma pelo de girassol, opção mais saudável na hora da fritura. Mas não invalida o essencial: "As batatas fritas não deviam existir. Têm gordura, sal e muitas calorias. É um produto altamente tóxico para a saúde", conclui Isabel do Carmo. Até 2020, os produtos da PepsiCo terão mais adoçantes artificiais em vez de açúcar, prática à qual os especialistas não se opõem. 

Fonte Jornal I

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